Sobre horóscopos



Você "acredita" em horóscopo?

          O descrédito em horóscopos (os de jornal principalmente) se deve basicamente a vários motivos: o de não ser feito por um astrólogo realmente (o que antigamente era muito comum), por um profissional limitado* ou ainda, escrito por um bom astrólogo, mas que peca nesta aplicação do conhecimento astrológico. Afinal, é uma técnica especial, com uma abordagem e linguagem específica. Outro motivo recorrente é quando tratamos esse tipo de previsão objetivando ACONTECIMENTOS. Geralmente, a tendência do leitor é ter uma expectativa "do que vai acontecer", como se algo externo a ele fosse capaz de influenciá-lo. Se o astrólogo, em seu discurso, reforça essa postura diante das tendências indicadas pelos astros, o resultado é frustrante para todos. Ele tenta dar exemplos de acontecimentos possíveis ou tende a dar conselhos, alimentando o descrédito dos que dizem não “acreditar” em astrologia.
          Desperdiçamos o precioso momento presente e nossa força interior, ao projetarmos para fora e para frente a nossa energia, assim como quando ficamos apegados ao passado. Perdemos a conexão com o nosso centro, inviabilizando uma visão ampla, profunda e consciente. Poucos reconhecem o valor dessa sintonia. Uma minoria tem a consciência da sua própria conexão com o cosmos. Seu interesse parte da vontade de tornar consciente essa correspondência, buscando conhecimento ao invés de simples informação ou conselho. Estes poucos sabem que são coautores. Não ficam desafiando os outros, afirmando sua individualidade.
          Diante disso e na intenção de defender a astrologia, acho bom lembrar aqui a base fundamental da elaboração de um "horóscopo" – os SIGNOS = as 12 divisões do caminhar do Sol (percorridos a cada ano). Neste caminho, ou faixa zodiacal, circulam os astros, cada qual com seu ritmo. Quando dizemos "o meu signo é...", estamos nos referindo a posição do Sol naquele signo (e não na constelação!). Pessoas do mesmo signo podem ser muito diferentes, com atitudes até opostas, mas há entre elas um ponto comum: o seu foco de atenção e orientação, uma determinada qualidade essencial de onde parte sua visão de mundo, fonte da sua vitalidade. Esta é a generalização existente no horóscopo. As diversas mutações do céu (aspectos entre planetas, fases da Lua, etc.) são interpretadas em relação a cada signo. Existem horóscopos mais detalhados (considerando decanatos, etc.) ou os que incluem também interpretações relacionadas ao signo como ascendente (signo que ascendia no horizonte leste na hora do seu nascimento indicando o seu modo de atuar e sua aparência).
          Em resumo, o horóscopo fornece indícios de uma disposição interna importante, uma orientação precisa e objetiva por sua análise ter como base o nosso símbolo do centro – o SOL. Um horóscopo não pode prever eventos, como por exemplo: "Você vai encontrar sua alma gêmea esta semana...". Ele pode sugerir uma intensificação favorável do afetivo e do poder de atração, pode precisar até o dia mais propício para relacionamentos, mas não pode determinar o fato. Se não “aconteceu” ou você não percebeu nada semelhante ao sugerido na leitura, não quer dizer que seja uma previsão errada do horóscopo. O tema da questão e as qualidades das energias envolvidas ali reveladas estão sendo vividas por você de alguma forma, em algum nível. O fato depende de você, do chamado “livre arbítrio”, depende da promessa indicada no céu do seu nascimento (o seu mapa natal), da "hora certa" para acontecer. Aliás, até para que se saiba disso depende também de fatores que transcendem qualquer entendimento. Certos mistérios, impossíveis de serem desvendados, são indispensáveis à nossa sobrevivência, constituem a natureza, fazem parte da sucessão dos acontecimentos.


* Lembrando Stephen Arroyo em "Astrologia, Psicologia e os Quatro Elementos" (São Paulo: Pensamento, 1997, p. 82):
"Muitos astrólogos aprendem as coisas básicas (Gêmeos) e saltam rapidamente para a fase do trabalho e da escrita (Sagitário), sem atravessar o processo refinador de aprendizagem e prolongada experiência prática (Virgem). " "... eles simplesmente estão repetindo o que aprenderam com outras pessoas, e não testaram esse conhecimento na prática e nem o aumentaram com novas percepções."

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